- O Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos foi criado para conscientizar sobre os perigos da automedicação e o uso inadequado de remédios.
- A automedicação pode mascarar sintomas, atrasar diagnósticos, causar intoxicações, aumentar a resistência a antibióticos e provocar efeitos colaterais graves, especialmente em populações vulneráveis como crianças e idosos.
- O uso indiscriminado de medicamentos pode agravar doenças existentes, como problemas cardiovasculares, além de causar dependência química em casos de consumo frequente e inadequado.
- A cannabis medicinal, embora reconhecida por seus benefícios em condições como epilepsia, dor crônica e ansiedade, também exige cautela e supervisão médica rigorosa, devido ao risco de efeitos colaterais e interações medicamentosas.
Tomar medicamentos por conta própria pode mascarar sintomas, atrasar diagnósticos e comprometer tratamentos, tornando problemas simples em quadros graves.
A campanha propõe mais do que alertas: convida cada um de nós a adotar uma atitude consciente e cuidadosa em relação ao uso de medicamentos, reforçando a importância da orientação médica e do respeito ao tratamento adequado.
Principais riscos da automedicação
Tomar um remédio por conta própria pode parecer uma solução rápida e inofensiva. No entanto, quando se torna um hábito, essa prática pode trazer sérios riscos à saúde. Entre os principais perigos, destacam-se:
1. Mascaramento de sintomas
O uso de medicamentos sem orientação pode camuflar sinais importantes do organismo, atrasando o diagnóstico correto e comprometendo o início de um tratamento adequado.
2. Intoxicação medicamentosa
A intoxicação por medicamentos ocorre quando o indivíduo utiliza doses acima das recomendadas, expondo o organismo a níveis tóxicos de substâncias químicas. Essa condição pode causar reações severas e, em alguns casos, levar até mesmo à morte.
Os medicamentos mais frequentemente associados a casos de intoxicação e superdosagem são:
- Analgésicos
- Antitérmicos
- Anti-inflamatórios
3. Resistência a antibióticos
O uso inadequado de antibióticos, seja na dosagem incorreta, pelo tempo errado ou sem real necessidade, favorece a resistência de microrganismos — um problema crescente e preocupante para a saúde pública.
Quando um antibiótico não elimina completamente as bactérias, as sobreviventes podem se adaptar e criar mecanismos de defesa contra a substância.
Com o tempo, essas bactérias resistentes se multiplicam, e os medicamentos deixam de ser eficazes, dificultando o tratamento de infecções e aumentando o risco de complicações graves.
4. Efeitos colaterais graves e reações adversas
A automedicação também eleva o risco de efeitos colaterais severos, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, que são mais vulneráveis às reações adversas.
Outros riscos associados à automedicação
Além dos perigos já citados, o uso indiscriminado de medicamentos pode agravar doenças existentes, como as cardiovasculares. Alguns remédios podem descontrolar a pressão arterial, aumentando o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto.
O consumo excessivo de vitaminas também traz riscos à saúde. A vitamina A, por exemplo, quando ingerida em doses elevadas e por longos períodos, pode provocar distúrbios neurológicos. Em crianças, o excesso dessa vitamina pode levar à hipertensão intracraniana.
Outro alerta é para o uso abusivo de medicamentos destinados ao alívio de sintomas de gripes e resfriados, que pode causar aumento da pressão arterial, da pressão intraocular e dos batimentos cardíacos.
A automedicação pode causar dependência?
Sim. A automedicação frequente pode abrir caminho para o desenvolvimento da dependência de medicamentos.
Quando a pessoa recorre a remédios sem orientação médica, de forma repetida e sem necessidade real, cria-se um padrão de uso inadequado. Esse comportamento favorece o abuso, especialmente no caso de analgésicos, ansiolíticos, relaxantes musculares e outros fármacos com potencial de dependência.
Com o tempo, o organismo pode desenvolver tolerância, exigindo doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito. É nesse ponto que o risco de dependência se torna ainda mais preocupante, tornando o tratamento mais difícil e aumentando os danos à saúde.
Dicas para um uso mais seguro e responsável de medicamentos
Adotar hábitos conscientes no uso de remédios é essencial para proteger sua saúde e garantir a eficácia do tratamento. Confira algumas orientações simples que fazem toda a diferença:
- Nunca tome medicamentos sem orientação de um profissional de saúde, como médico, dentista ou farmacêutico.
- Evite o uso de medicamentos vencidos — eles podem perder o efeito ou até causar danos ao organismo.
- Não utilize remédios indicados para outras pessoas, mesmo que os sintomas pareçam os mesmos. Cada organismo reage de forma diferente.
- Jamais compre medicamentos em feiras ou camelôs. Eles podem ser falsificados, mal armazenados ou vencidos.
- Adquira medicamentos apenas em farmácias e drogarias autorizadas.
- Peça sempre a nota fiscal no momento da compra.
- Guarde a nota fiscal, a embalagem e a cartela ou frasco do medicamento durante o uso. Esses itens são importantes em caso de reclamações ou notificações de efeitos adversos.
- Fique atento à integridade da embalagem: não compre se estiver amassada, com o lacre rompido ou com o rótulo apagado.
- Armazene os medicamentos conforme indicado na embalagem ou na bula, longe do calor, da umidade e da luz.
- Se perceber que o medicamento não está fazendo efeito, consulte o médico imediatamente — nunca aumente a dose por conta própria.
Lei nº 14.912/2024 reforça a luta contra a automedicação
Aprovada para enfrentar um grave problema de saúde pública, a Lei nº 14.912/2024 determina que o Sistema Único de Saúde (SUS) realize campanhas permanentes de conscientização sobre os riscos da automedicação, com atenção especial ao uso inadequado de antibióticos e de medicamentos sujeitos a controle especial.
Com a nova lei, a expectativa é ampliar o acesso à informação e promover um comportamento mais consciente e responsável no uso de medicamentos. Afinal, a automedicação não é apenas um hábito perigoso — é uma questão de saúde coletiva.
Quanto mais pessoas estiverem bem informadas, maiores serão as chances de prevenir complicações e de garantir tratamentos mais seguros e eficazes para todos.
Cannabis medicinal e o uso racional de medicamentos
O avanço das pesquisas científicas tem ampliado o uso da cannabis medicinal no tratamento de diversas condições de saúde, como epilepsias refratárias, dor crônica, esclerose múltipla, transtornos de ansiedade e distúrbios do sono. No entanto, seu uso também exige responsabilidade, cautela e acompanhamento profissional.
A cannabis medicinal é composta por uma variedade de substâncias bioativas, chamadas canabinoides, entre as quais se destacam o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC). Cada canabinoide apresenta efeitos específicos no organismo, podendo atuar, por exemplo, na modulação da dor, na redução da inflamação, no controle de convulsões e na regulação do humor.
Apesar dos potenciais benefícios, o uso da cannabis medicinal sem supervisão pode trazer riscos, como efeitos colaterais indesejados (sonolência, tontura, alterações cognitivas) e interações medicamentosas prejudiciais. Além disso, o uso inadequado de produtos de origem duvidosa ou sem padrão de qualidade pode comprometer a segurança e a eficácia do tratamento.
Por isso, o uso racional da cannabis medicinal exige:
- Avaliação criteriosa por um profissional de saúde capacitado, com prescrição adequada conforme o quadro clínico do paciente;
- Escolha de produtos autorizados pela Anvisa ou adquiridos por vias legais, com comprovação de qualidade e procedência;
- Monitoramento contínuo dos efeitos e ajuste das doses, quando necessário;
- Atenção especial a possíveis interações medicamentosas com outros fármacos em uso.
Assim como qualquer outro medicamento, a cannabis medicinal deve ser inserida dentro de um plano terapêutico seguro, individualizado e baseado em evidências científicas. Informação, orientação profissional e responsabilidade são essenciais para que seus potenciais benefícios sejam alcançados de maneira segura e eficaz.
Informação é o melhor remédio
O Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos é mais do que uma data no calendário — é um convite à reflexão sobre nossos hábitos e escolhas em relação à saúde. Trata-se também de uma oportunidade valiosa para promover a educação em saúde, prevenir riscos evitáveis e reforçar a importância do uso consciente de medicamentos.
Cuidar da saúde começa com atitudes simples: buscar orientação adequada, evitar a automedicação e compreender os riscos do uso indiscriminado de remédios são passos essenciais para uma vida mais segura e saudável. Nesse caminho, a informação continua sendo o melhor remédio.

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O que é o uso racional de medicamentos?
O uso racional de medicamentos significa administrar remédios de forma adequada, com prescrição e orientação profissional, garantindo que o paciente receba o medicamento certo, na dose correta, pelo tempo necessário e com acompanhamento médico.
Quais são os principais riscos da automedicação?
A automedicação pode causar sérios riscos à saúde, como mascaramento de sintomas, atrasos em diagnósticos, intoxicação medicamentosa, resistência a antibióticos e reações adversas graves, especialmente em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
Por que é perigoso tomar antibióticos sem prescrição médica?
O uso inadequado de antibióticos favorece a resistência bacteriana, tornando infecções mais difíceis de tratar e aumentando o risco de complicações graves. Além disso, pode comprometer a eficácia de futuros tratamentos.
A automedicação pode causar dependência de medicamentos?
Sim. O uso repetitivo e sem orientação de medicamentos, como analgésicos, ansiolíticos e relaxantes musculares, pode levar à dependência química, exigindo doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito.
Quais medicamentos estão mais associados à intoxicação por automedicação?
Analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios estão entre os medicamentos mais frequentemente envolvidos em casos de intoxicação e superdosagem.
Como garantir o uso seguro de medicamentos?
Para garantir o uso seguro, é fundamental sempre consultar um profissional de saúde antes de tomar qualquer medicamento, respeitar a dosagem prescrita, evitar o uso de medicamentos vencidos e comprar apenas em farmácias autorizadas.
O que a Lei nº 14.912/2024 estabelece sobre automedicação?
A Lei nº 14.912/2024 obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a promover campanhas permanentes de conscientização sobre os riscos da automedicação, com foco especial no uso inadequado de antibióticos e medicamentos controlados.
O que é cannabis medicinal e como usá-la de forma segura?
A cannabis medicinal é usada no tratamento de diversas condições, como epilepsia refratária, dor crônica e transtornos de ansiedade. Seu uso deve ser feito sob prescrição médica, com produtos autorizados pela Anvisa e acompanhamento contínuo para monitorar efeitos e ajustar doses.
Quais são os riscos do uso inadequado da cannabis medicinal?
O uso inadequado da cannabis medicinal pode causar efeitos colaterais como sonolência, tontura e alterações cognitivas, além de possíveis interações prejudiciais com outros medicamentos. Por isso, é essencial o acompanhamento médico especializado.