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02/04/2025
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12 min de leitura
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Canabidiol no tratamento do Autismo: Avanços, estudos e eficácia comprovada

O canabidiol (CBD) tem sido amplamente discutido como uma possível alternativa terapêutica para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Estudos sugerem que o CBD pode ajudar a reduzir a ansiedade, a agressividade, os comportamentos repetitivos e melhorar a qualidade do sono e a sociabilidade de pessoas com TEA. Neste artigo, exploramos o impacto do CBD no autismo, suas possíveis aplicações e as recomendações médicas para seu uso.

Duas crianças vestindo roupas amarelas seguram peças coloridas de um quebra-cabeça, representando o dia do autismo.
  • O autismo é uma condição neurodesenvolvimental que afeta comunicação, interação social e comportamento, variando em níveis de suporte (leve, moderado e intenso).
  • O canabidiol (CBD) tem sido estudado como alternativa terapêutica para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), com potencial para reduzir ansiedade, agressividade, comportamentos repetitivos e melhorar o sono e a sociabilidade.
  • O CBD atua modulando neurotransmissores como serotonina e dopamina, além de influenciar o sistema endocanabinoide, que regula funções como humor e resposta inflamatória.
  • Estudos indicam benefícios do CBD no autismo, mas ainda há necessidade de mais pesquisas para padronização de dosagens e comprovação de eficácia a longo prazo.
  • O CBD é considerado seguro, mas deve ser usado sob orientação médica, especialmente em crianças. Seu uso é recomendado em casos refratários, quando outros tratamentos não funcionam.
  • O CBD não cura o autismo, mas pode ser uma opção terapêutica para melhorar a qualidade de vida de pessoas com TEA. O tratamento deve ser acompanhado por especialistas e integrado a outras abordagens.

Canabidiol é eficaz no tratamento do transtorno do espectro autista ?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta principalmente a comunicação, a interação social e o comportamento. Quem convive com o autismo — seja como paciente, familiar ou cuidador — sabe que cada avanço conta, e que encontrar abordagens terapêuticas eficazes pode transformar realidades.

Nos últimos anos, um tema tem ganhado espaço nas rodas de conversa entre médicos, terapeutas e famílias: o uso medicinal da cannabis sativa. E não é à toa. Segundo o relatório anual da Kaya Mind, o TEA está entre as cinco condições mais tratadas com cannabis no Brasil, representando 6,7% dos tratamentos — ficando atrás apenas de dores crônicas, ansiedade, Alzheimer e depressão.

Diante desse cenário, surge a pergunta que motiva este texto: o canabidiol (CBD), principal composto não psicoativo da Cannabis sativa**, é realmente eficaz no tratamento do Transtorno do Espectro Autista?**

Para responder a essa questão, é preciso compreender o que é o autismo, como ele se manifesta, o que a ciência já descobriu sobre os efeitos do CBD no organismo e quais evidências clínicas sustentam seu uso. Ao longo deste artigo, exploraremos essas questões com base em estudos científicos recentes, relatos clínicos e recomendações médicas atualizadas.

O que é o autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta o desenvolvimento do cérebro desde os primeiros anos de vida, interferindo principalmente nas áreas responsáveis pela comunicação, interação social e percepção sensorial.

Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) geralmente apresentam dificuldades para compreender e utilizar a comunicação, tanto verbal quanto não verbal. Isso pode incluir problemas para manter uma conversa, interpretar metáforas, reconhecer expressões faciais ou captar o tom emocional das palavras.

Essas dificuldades tornam mais desafiador criar vínculos afetivos, fazer amizades e se adaptar a ambientes sociais, como a escola ou o trabalho. Situações que parecem simples para a maioria das pessoas — como perceber quando alguém está triste, entender uma brincadeira ou saber como agir em uma festa — podem ser confusas ou até mesmo causar ansiedade.

Além disso, mudanças na rotina ou em ambientes familiares podem gerar desconforto e insegurança, pois muitas pessoas com TEA se sentem mais seguras em contextos previsíveis e estruturados.

O que é espectro?

O termo "espectro" é utilizado no Transtorno do Espectro Autista (TEA) para destacar a variedade de manifestações e níveis de intensidade com que os sintomas podem se apresentar em cada pessoa.

Ou seja, não existe um único "tipo" de autismo — há uma ampla gama de características, que variam de acordo com:

Portanto, o uso da palavra "espectro" reforça que o TEA não é uma condição única e fixa, mas sim um conjunto de manifestações diversas, que exigem abordagens personalizadas para cada indivíduo.

Níveis de autismo (TEA)

Para facilitar a compreensão e o direcionamento das intervenções, o autismo é classificado em três níveis de suporte, conforme a intensidade do acompanhamento necessário. Essa classificação se baseia em uma avaliação minuciosa dos sintomas em cada área afetada, o que permite traçar um perfil individual de habilidades e necessidades.

Essas informações são essenciais para profissionais da saúde mental e da educação, pois orientam o planejamento de estratégias terapêuticas e pedagógicas mais eficazes, respeitando as particularidades de cada pessoa com TEA.

Nível 1 – Autismo leve

Conhecido como “autismo leve”, é caracterizado por dificuldades na interação social, embora as habilidades de comunicação estejam relativamente preservadas. As dificuldades sociais costumam ser sutis, permitindo que a pessoa tenha autonomia em muitas atividades do dia a dia. Em geral, é possível adaptar-se a mudanças na rotina, ainda que com algum esforço e desconforto.

Nível 2 – Suporte moderado

Nesse nível, as dificuldades na comunicação e na interação social são mais evidentes. Pessoas com esse grau de suporte costumam ter dificuldades para interpretar expressões faciais, entonações de voz e linguagem figurada. A compreensão das regras sociais implícitas — como esperar a vez de falar — costuma ser limitada. Além disso, mudanças na rotina podem gerar grande desconforto emocional, sendo comum a necessidade de apoio contínuo e suporte emocional.

Nível 3 – Suporte intenso

É o nível mais alto de suporte, caracterizado por comprometimento severo na comunicação verbal e não verbal. Pessoas nesse nível costumam depender de ajuda constante para se comunicar, realizar tarefas cotidianas e lidar com estímulos do ambiente. O acompanhamento especializado precisa ser contínuo e intensivo, tanto na área da saúde quanto na educação e no convívio social.

O autismo tem cura?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) não tem cura, mas isso não significa que não existam tratamentos eficazes ou que pessoas com TEA não possam levar uma vida plena e significativa.

O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento com causas multifatoriais — genéticas, neurológicas e ambientais — e acompanha o indivíduo ao longo de toda a vida. No entanto, intervenções precoces e adequadas, como terapias comportamentais, educacionais, ocupacionais e, em alguns casos, o uso de medicamentos, podem trazer melhorias significativas na comunicação, na sociabilidade, na autonomia e na qualidade de vida.

Vale lembrar que cada pessoa dentro do espectro é única. Algumas necessitam de mais apoio no dia a dia, enquanto outras são altamente funcionais e independentes. Por isso, o objetivo do tratamento não é "curar", mas sim ajudar a desenvolver o potencial de cada indivíduo, promovendo sua inclusão e bem-estar.

O que é canabidiol?

O canabidiol (CBD) é um composto natural extraído da planta Cannabis sativa. Ao contrário do THC — substância psicoativa responsável pelos efeitos eufóricos da planta —, o CBD não altera a percepção, nem provoca sensações de euforia, sendo, portanto, isento de efeitos psicoativos.

Nos últimos anos, o CBD tem despertado grande interesse da comunidade científica e médica por seus potenciais efeitos terapêuticos. Estudos apontam que ele possui propriedades neuroprotetoras, ansiolíticas, anti-inflamatórias, anticonvulsivantes e relaxantes musculares, o que tem ampliado seu uso em tratamentos de condições como epilepsia, ansiedade, dor crônica, transtornos do espectro autista, entre outras.

O que diz a ciência sobre o CBD e o TEA?

A medicina ainda busca compreender por completo a origem das dificuldades de interação social enfrentadas por pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). No entanto, estudos indicam que alterações nos sistemas de serotonina e dopamina — neurotransmissores envolvidos na regulação do humor, da motivação e da sociabilidade — podem estar entre os fatores associados.

É justamente nesses sistemas que o canabidiol (CBD) tem mostrado um potencial promissor. Ele atua como modulador dos receptores de serotonina e dopamina, contribuindo para o equilíbrio das funções emocionais e comportamentais.

Além disso, o CBD também influencia o sistema GABA-glutamato, que frequentemente apresenta desequilíbrios em pessoas com TEA. Essa ação ajuda a reduzir a excitação excessiva dos neurônios, promovendo um estado de maior equilíbrio entre agitação e inibição — aspectos frequentemente comprometidos no autismo.

Outro ponto importante é o papel do sistema endocanabinoide, presente naturalmente no corpo humano. Ele participa da regulação de diversas funções, como sono, humor, apetite, percepção da dor e respostas inflamatórias.

Acredita-se que, em pessoas com autismo, esse sistema possa atuar de forma desregulada, contribuindo para sintomas como irritabilidade, distúrbios do sono, ansiedade e comportamentos repetitivos.

Os fitocanabinoides presentes na Cannabis sativa, como o CBD e o THC (tetra-hidrocanabinol), interagem com os receptores do sistema endocanabinoide, ajudando a modular essas funções. Entre eles, o CBD tem se destacado como o principal foco das pesquisas clínicas, especialmente no contexto do autismo infantil, por não ser psicoativo e apresentar um perfil de segurança mais elevado.

Quais são os benefícios terapêuticos do CBD no autismo?

Os benefícios terapêuticos do canabidiol (CBD) no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm sido investigados por diversos estudos ao longo dos últimos anos. Embora muitas pesquisas ainda estejam em andamento e algumas conclusões sejam preliminares, os resultados já obtidos apontam para melhoras significativas em vários sintomas associados ao autismo, especialmente nos casos com maior comprometimento.

Entre os principais benefícios observados, destacam-se:

Apesar dos avanços, é importante lembrar que o uso do CBD deve sempre ser feito com orientação médica especializada. Cada pessoa responde de forma diferente ao tratamento, por isso é essencial avaliar cuidadosamente a dosagem, o tipo de extrato utilizado e as possíveis interações com outros medicamentos.

CBD é seguro para crianças com autismo?

O uso do canabidiol (CBD) em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem apresentado resultados promissores, especialmente na redução de sintomas como irritabilidade, ansiedade e distúrbios do sono. No entanto, a segurança do tratamento depende de diversos fatores e, por isso, deve ser cuidadosamente avaliada por um médico.

De modo geral, o perfil de segurança do CBD é considerado favorável, desde que seja utilizado corretamente — ou seja, com formulações purificadas, controle de qualidade, dosagem adequada e prescrição médica individualizada.

Evidências científicas sobre o uso do CBD no autismo

Abaixo estão alguns dos principais estudos e publicações recentes sobre o tema:

1. Uso de Cannabis como tratamento alternativo do Transtorno do Espectro Autista

Publicado em 2025, na Revista JRG de Estudos Acadêmicos

Este estudo investigou os possíveis benefícios terapêuticos do uso de extratos da Cannabis sativa, com ênfase no CBD, no manejo de sintomas do TEA. Os autores observaram que o canabidiol apresenta potencial para reduzir ansiedade, agitação, comportamentos repetitivos e dificuldades na interação social. Ainda assim, o artigo ressalta a necessidade de mais pesquisas clínicas para definir dosagens adequadas, duração do tratamento e efeitos a longo prazo.

2. O uso de componentes da Cannabis sativa no Transtorno do Espectro Autista

Publicado em 2024, na Revista Científica da Faculdade de Medicina de Campos

Esta revisão reuniu estudos sobre o uso terapêutico de compostos da cannabis, com foco no CBD, no contexto do TEA. A análise apontou resultados positivos na redução de dificuldades de comunicação, comportamentos repetitivos e ansiedade. Contudo, os autores destacam que a literatura científica ainda carece de padronização nas formulações e de estudos clínicos mais robustos para garantir segurança e eficácia.

3. Cannabis medicinal no autismo: entenda indicações e potenciais benefícios

Publicado em 2024, pela CNN Brasil (divulgação jornalística com base em dados científicos)

Com caráter informativo, essa publicação apresenta os avanços na aplicação da cannabis medicinal no tratamento de sintomas do TEA. Baseando-se em estudos recentes, são apontados benefícios como melhora do sono, redução da irritabilidade e da ansiedade e relatos de melhor desempenho nas interações sociais. O texto enfatiza a importância do acompanhamento médico rigoroso e alerta para os riscos da automedicação.

4. Uso da Cannabis sativa no tratamento do Transtorno do Espectro Autista

Publicado em 2025, no Repositório da Universidade Estadual de Goiás

Este trabalho apresentou o CBD como uma possível alternativa terapêutica para sintomas e comorbidades relacionadas ao TEA. A pesquisa demonstrou que o canabidiol pode atenuar a ansiedade, a agressividade e as dificuldades na interação social. No entanto, os autores reforçam a necessidade de estudos aprofundados, que definam posologias seguras e ampliem as evidências científicas sobre seus efeitos a longo prazo.

5. Cannabis medicinal no tratamento do Transtorno do Espectro Autista

Publicado em 2025, no Repositório da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Este artigo buscou investigar o uso medicinal da Cannabis sativa como alternativa no tratamento dos sintomas do TEA. Os resultados indicaram que o uso controlado de compostos da planta pode ajudar na redução da ansiedade e da depressão, além de melhorar a socialização. Ainda assim, o trabalho alerta para a escassez de estudos experimentais com rigor científico e para os riscos da desinformação veiculada por fontes não confiáveis.

Quando a cannabis medicinal deve ser indicada para o autismo?

A cannabis medicinal, especialmente o canabidiol (CBD), deve ser considerada como uma alternativa terapêutica em casos refratários — ou seja, quando medicações convencionais e outras abordagens terapêuticas não apresentaram resposta satisfatória ou causaram efeitos colaterais significativos.

Essa abordagem é coerente com o princípio da precaução médica, segundo o qual:

Os dados disponíveis até o momento sobre o uso da Cannabis sativa — em especial do canabidiol (CBD) — no tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) são promissores, mas ainda demandam cautela. Embora o CBD não ofereça uma cura para o autismo, ele pode representar uma alternativa terapêutica viável para o alívio de sintomas específicos, sobretudo em casos em que os tratamentos convencionais não surtiram o efeito esperado.

É essencial que o uso do canabidiol seja prescrito e acompanhado por profissionais especializados, com base em evidências científicas e na avaliação individual de cada paciente. A resposta ao tratamento pode variar amplamente, sendo influenciada por fatores como tipo de formulação, dosagem, idade, comorbidades e histórico clínico.

Dessa forma, a cannabis medicinal deve ser considerada parte de uma abordagem terapêutica cuidadosa e integrada, sempre com foco no bem-estar e na qualidade de vida da pessoa com TEA.

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O que é o canabidiol (CBD)?

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O canabidiol (CBD) é um composto extraído da planta Cannabis sativa, conhecido por seus efeitos terapêuticos sem propriedades psicoativas. Ele tem sido estudado para o tratamento de diversas condições, incluindo o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O CBD é eficaz no tratamento do autismo?

Mais

Estudos sugerem que o CBD pode ajudar a reduzir sintomas como ansiedade, agressividade, comportamentos repetitivos e distúrbios do sono em pessoas com TEA. No entanto, mais pesquisas são necessárias para comprovar sua eficácia de forma definitiva.

O uso de CBD no autismo é seguro?

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O CBD tem um perfil de segurança favorável quando utilizado corretamente e sob orientação médica. A qualidade do produto, a dosagem e o acompanhamento profissional são essenciais para evitar efeitos adversos.

O CBD pode substituir os tratamentos convencionais do autismo?

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Não. O CBD deve ser considerado um tratamento complementar e não substitui terapias comportamentais, educacionais ou outras abordagens médicas tradicionais.

O canabidiol pode ser usado em crianças com autismo?

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Sim, mas apenas com prescrição médica e monitoramento especializado. Estudos indicam que o CBD pode ser benéfico para crianças com TEA, mas seu uso deve ser feito com cautela.

O CBD causa efeitos colaterais?

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Os efeitos colaterais podem incluir sonolência, alterações no apetite, diarreia e fadiga. A intensidade varia conforme a dose e a resposta individual do paciente.

O CBD é legalizado no Brasil para o tratamento do autismo?

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Sim. A Anvisa permite a prescrição de produtos à base de canabidiol mediante receita médica, e sua importação ou aquisição segue regulamentação específica.

Como obter CBD para o tratamento do autismo?

Mais

O CBD pode ser adquirido através de prescrição médica, podendo ser importado ou comprado em farmácias autorizadas no Brasil.

Quais são as recomendações médicas para o uso do CBD no Autismo?

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Os médicos recomendam iniciar o tratamento com doses baixas, aumentando progressivamente conforme a resposta do paciente. O acompanhamento regular é essencial para avaliar os efeitos e ajustar a dosagem.

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