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22/04/2025
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2 min de leitura
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CBD e Inflamação: Como o Canabidiol atua na redução de processos inflamatórios

O canabidiol (CBD) tem despertado crescente interesse da comunidade científica por suas propriedades anti-inflamatórias. Apesar de já ser amplamente utilizado em diferentes tratamentos, seu papel na modulação da inflamação ainda é pouco explorado em muitos contextos clínicos. Este artigo analisa como o CBD atua no sistema imunológico, sua interação com o sistema endocanabinoide e os mecanismos que explicam sua ação em inflamações crônicas, autoimunes, intestinais, neuroinflamatórias, dermatológicas e associadas à dor.

Pessoa aplicando um creme com CBD na região do joelho de outra pessoa. Uso terapêutico tópico, para tratar inflamação, dor muscular ou articular.
  • O canabidiol atua de forma indireta no sistema endocanabinoide, modulando a resposta imunológica e reduzindo citocinas inflamatórias.
  • Ajuda no controle da artrite reumatoide ao equilibrar o sistema imune e aliviar inflamações articulares.
  • Reduz inflamações na mucosa intestinal e melhora o funcionamento do eixo intestino-cérebro.
  • O CBD não substitui anti-inflamatórios tradicionais, mas é promissor em tratamentos de longo prazo e com menos efeitos colaterais.

O canabidiol (CBD), um dos principais compostos bioativos da planta Cannabis sativa, tem ganhado destaque na área da saúde por seu potencial terapêutico em diversas condições, especialmente por suas propriedades anti-inflamatórias.

Embora o uso de canabinoides já esteja consolidado no tratamento de epilepsias e na redução dos efeitos adversos da quimioterapia, sua aplicação em doenças inflamatórias ainda é cercada por dúvidas e subestimada por parte da comunidade médica.

Mas afinal, o CBD pode realmente ajudar a desinflamar o corpo? Neste artigo, exploramos o que dizem as evidências científicas sobre o papel do canabidiol na modulação da inflamação.

Como o CBD atua na inflamação

Diversos estudos indicam que o canabidiol pode contribuir para a regulação de processos inflamatórios ao interagir com o sistema endocanabinoide – um complexo sistema fisiológico que participa da modulação da dor, da imunidade, do sono, do humor e, principalmente, da resposta inflamatória.

O canabidiol (CBD) não se liga diretamente aos principais receptores do sistema endocanabinoide — os chamados receptores CB1 e CB2 — como faz o tetraidrocanabinol (THC), por exemplo. Em vez disso, o CBD atua de maneira indireta, influenciando diversos sistemas do organismo.

Uma de suas principais ações é modular a resposta inflamatória. Ele faz isso regulando a liberação de citocinas inflamatórias — substâncias produzidas pelo sistema imunológico que podem aumentar ou reduzir a inflamação. Além disso, o CBD ajuda a inibir a ativação de certas células imunológicas, como os macrófagos, que desempenham papel importante nos processos inflamatórios.

Essa modulação é especialmente relevante em situações de inflamação crônica — um tipo de inflamação persistente e de baixo grau que está relacionada a diversas doenças, como artrite, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, e até alguns tipos de câncer. Por isso, o CBD vem sendo estudado como uma alternativa terapêutica promissora para o controle dessas condições.

Quer entender melhor como funciona esse sistema? Leia também o artigo: Sistema Endocanabinoide: Função, benefícios e dicas para equilibrar corpo e mente

Doenças em que o CBD pode ajudar a controlar a inflamação

A atuação anti-inflamatória do canabidiol (CBD) vem sendo estudada em diferentes contextos clínicos, com resultados promissores especialmente em doenças crônicas, autoimunes e neuroinflamatórias.

Isso se deve à sua capacidade de modular o sistema imunológico sem causar efeitos psicoativos, além de agir em múltiplas vias inflamatórias, como tratamos no tópico acima

Essas são algumas das condições clínicas que podem se beneficiar do CBD

1. Artrite reumatoide e outras doenças autoimunes

Nas doenças autoimunes, como a artrite reumatoide, o próprio sistema imunológico — que deveria proteger o corpo contra ameaças externas — passa a atacar os tecidos saudáveis do organismo. Esse ataque constante gera um estado de inflamação crônica, que causa dor, inchaço, fadiga e degeneração progressiva das estruturas afetadas, como as articulações.

O canabidiol (CBD) tem se mostrado promissor nesse contexto porque atua em diversos pontos da resposta imunológica. Ele ajuda a reduzir a produção de citocinas inflamatórias, como o TNF-α (fator de necrose tumoral alfa) e a IL-6 (interleucina-6), que são substâncias envolvidas na amplificação da inflamação e da dor.

Além disso, o CBD estimula a ação das células T-reguladoras, que são responsáveis por equilibrar o sistema imune, evitando reações exageradas ou equivocadas contra os próprios tecidos. Essa modulação contribui para o alívio dos sintomas e pode ajudar a controlar a progressão da doença.

Por esse motivo, o CBD vem sendo estudado como uma opção terapêutica complementar no tratamento de doenças autoimunes, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir a dependência de medicamentos imunossupressores com efeitos colaterais intensos.

2. Doenças intestinais inflamatórias (como colite ulcerativa e doença de Crohn)

As doenças intestinais inflamatórias, como a colite ulcerativa e a doença de Crohn, são caracterizadas por uma inflamação crônica do trato gastrointestinal, geralmente associada a sintomas como dor abdominal, diarreia, sangramentos, perda de peso e fadiga intensa.

O canabidiol (CBD) tem chamado a atenção como uma alternativa terapêutica complementar nesses casos porque atua em dois aspectos fundamentais:

Com essas ações combinadas, o CBD pode reduzir o desconforto abdominal e normalizar os movimentos intestinais de pacientes com doenças inflamatórias intestinais.

3. Esclerose múltipla e outras doenças neuroinflamatórias

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune e neuroinflamatória em que o sistema imunológico ataca a mielina — a camada protetora dos neurônios —, levando a inflamação no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Isso causa uma série de sintomas debilitantes, como dor neuropática, espasticidade (rigidez e contrações musculares involuntárias), fadiga intensa, dificuldades motoras e cognitivas.

Nessas condições, o canabidiol (CBD) apresenta efeitos terapêuticos relevantes por atuar em múltiplos mecanismos:

Dessa forma, o CBD vem sendo estudado como uma opção terapêutica complementar no manejo dos sintomas da esclerose múltipla e de outras doenças neuroinflamatórias, com potencial para promover alívio da dor, melhora da funcionalidade motora e maior conforto no dia a dia dos pacientes.

4. Dermatites e condições inflamatórias da pele

Doenças inflamatórias da pele, como dermatite atópica, psoríase e eczema, são caracterizadas por inflamação crônica da pele, o que provoca coceira intensa, vermelhidão, ressecamento, descamação e desconforto persistente. Essas condições muitas vezes estão associadas a uma resposta imunológica desregulada e à proliferação excessiva de células da pele, como os queratinócitos.

Pesquisas recentes apontam que o canabidiol (CBD) pode oferecer benefícios terapêuticos nesses quadros por meio de diferentes mecanismos:

Por esse motivo, o CBD tem sido cada vez mais incorporado em fórmulas tópicas — como cremes, pomadas e loções — voltadas especialmente ao cuidado de peles sensíveis, reativas ou com quadros inflamatórios. Seu uso mostra potencial para aliviar os sintomas e, em alguns casos, reduzir a necessidade do uso contínuo de corticoides tópicos.

5. Inflamações crônicas associadas a dor (ex: fibromialgia)

Condições como a fibromialgia e outras síndromes de dor crônica costumam envolver inflamação persistente, sensibilização do sistema nervoso central e alterações no sono e no estado emocional. Nesses quadros, os estímulos dolorosos são amplificados, e mesmo toques leves podem ser percebidos como dor intensa.

O canabidiol (CBD) tem se mostrado uma alternativa promissora por atuar em diversos mecanismos associados a esse tipo de dor:

Por isso, o CBD é cada vez mais investigado como uma abordagem complementar segura e bem tolerada para o alívio de sintomas em síndromes dolorosas crônicas e inflamatórias.

O CBD pode substituir os anti-inflamatórios?

Ainda não. O canabidiol (CBD) não deve ser considerado um substituto direto dos anti-inflamatórios tradicionais, como o ibuprofeno ou a nimesulida, especialmente em tratamentos agudos ou situações que exigem controle rápido da inflamação.

Entretanto, o CBD apresenta propriedades anti-inflamatórias relevantes, principalmente em quadros crônicos — como artrite, doenças autoimunes, síndromes dolorosas, doenças inflamatórias intestinais ou de pele.

Ele atua de forma diferente: em vez de bloquear diretamente a produção de prostaglandinas, como fazem os anti-inflamatórios convencionais, o CBD modula a resposta imune, reduz a liberação de citocinas inflamatórias e interage com receptores que regulam dor e inflamação.

Além disso, o CBD pode ter melhor tolerabilidade em uso prolongado, com menos risco de efeitos colaterais gástricos, renais ou cardiovasculares — comuns em anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).

CBD em inflamações silenciosas e sistêmicas

As inflamações silenciosas, também chamadas de inflamações crônicas de baixo grau, são processos inflamatórios persistentes, porém sutis — ou seja, não causam sintomas imediatos, mas afetam o corpo de forma contínua ao longo do tempo. Esse tipo de inflamação está diretamente relacionado ao desenvolvimento e agravamento de diversas doenças metabólicas, como:

Nessas condições, o organismo apresenta um estado inflamatório constante, marcado pelo aumento de citocinas inflamatórias (como IL-6 e TNF-α), resistência à insulina, disfunção celular e estresse oxidativo. Esse ambiente favorece o acúmulo de gordura, o desequilíbrio hormonal e a progressão de doenças crônicas.

O canabidiol (CBD) tem mostrado potencial terapêutico justamente por modular essa inflamação sistêmica de baixo grau. Entre seus principais efeitos estão:

  1. Redução da produção de citocinas inflamatórias, o que contribui para um ambiente metabólico mais equilibrado.
  2. Ação antioxidante, que combate o estresse oxidativo — um dos mecanismos que perpetuam a inflamação silenciosa.
  3. Melhora na sensibilidade à insulina, segundo estudos preliminares, o que pode ajudar no controle glicêmico.
  4. Influência positiva sobre o metabolismo lipídico, ajudando a regular o acúmulo de gordura no fígado e nos tecidos periféricos.
  5. Efeitos sobre o sistema endocanabinoide, que participa da regulação do apetite, gasto energético e homeostase metabólica.

Por isso, o CBD vem sendo estudado como uma estratégia complementar no cuidado de doenças metabólicas, com foco na redução da inflamação sistêmica e na melhora de parâmetros metabólicos.

No entanto, seu uso deve ser feito com orientação médica e como parte de um plano terapêutico mais amplo, que envolva alimentação, atividade física e acompanhamento clínico.

Efeitos antioxidantes associados à ação anti-inflamatória

O estresse oxidativo e a inflamação crônica frequentemente caminham juntos e se alimentam mutuamente. Quando o organismo está em desequilíbrio — seja por uma doença, estilo de vida ou envelhecimento —, há um aumento na produção de radicais livres, moléculas instáveis que danificam as células, aceleram o envelhecimento e contribuem para o surgimento de diversas doenças crônicas.

Nessa interação, o canabidiol (CBD) se destaca não apenas pelo seu potencial anti-inflamatório, mas também por sua ação antioxidante. Ele atua:

  1. Reduzindo a formação de radicais livres, o que ajuda a evitar o dano celular causado por essas moléculas instáveis;
  2. Preservando a integridade das células e dos tecidos, contribuindo para a proteção de órgãos como cérebro, fígado, coração e pele;
  3. Interrompendo o ciclo entre inflamação e estresse oxidativo, ao modular tanto o sistema imunológico quanto os mecanismos de defesa antioxidante do corpo.

Essa dupla ação torna o CBD especialmente promissor em quadros de inflamação sistêmica, doenças neurodegenerativas, distúrbios metabólicos e processos de envelhecimento, nos quais o estresse oxidativo desempenha papel central.

Considerações finais

O canabidiol (CBD) vem se consolidando como uma substância de alto potencial terapêutico, especialmente no contexto das inflamações crônicas, silenciosas e de difícil controle, que estão na base de diversas doenças autoimunes, metabólicas, neurológicas e dermatológicas.

Embora não substitua os anti-inflamatórios tradicionais em casos agudos, o CBD apresenta mecanismos próprios de ação, como a modulação do sistema imunológico, a regulação da liberação de citocinas inflamatórias, o equilíbrio da atividade celular e a ação antioxidante. Essa atuação mais ampla e sistêmica é o que o torna especialmente relevante em tratamentos de longo prazo, com menor risco de efeitos colaterais em comparação com medicamentos convencionais.

Além disso, sua versatilidade de uso — via oral, tópica ou em associação com outras abordagens — amplia as possibilidades terapêuticas, permitindo uma intervenção mais personalizada e integrativa.

No entanto, é fundamental destacar que o uso do CBD deve sempre ser feito com acompanhamento médico, especialmente em pessoas com condições clínicas preexistentes ou em uso de outras medicações. Ainda há muito a ser pesquisado, mas os dados disponíveis até agora indicam que o CBD pode, sim, ajudar a desinflamar o corpo, atuando como um importante aliado no cuidado com a saúde física e emocional.

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Click Cannabis: Dúvidas frequentes

O canabidiol (CBD) ajuda a desinflamar o corpo?

Mais

Sim. O CBD possui propriedades anti-inflamatórias que ajudam a modular a resposta imune e reduzir a liberação de citocinas inflamatórias, sendo eficaz especialmente em inflamações crônicas e de baixo grau.

Como o CBD age no combate à inflamação?

Mais

O CBD interage com o sistema endocanabinoide de forma indireta, regulando processos inflamatórios e inibindo a ativação excessiva de células imunológicas como os macrófagos. Ele também reduz substâncias pró-inflamatórias como TNF-α e IL-6.

Quais doenças inflamatórias podem se beneficiar do uso de CBD?

Mais

O CBD mostra potencial terapêutico em doenças como artrite reumatoide, colite ulcerativa, doença de Crohn, esclerose múltipla, dermatites, psoríase, fibromialgia e inflamações metabólicas como obesidade e diabetes tipo 2.

O CBD pode substituir os anti-inflamatórios tradicionais?

Mais

Ainda não. O CBD não substitui medicamentos como ibuprofeno ou nimesulida em casos agudos. No entanto, é uma alternativa segura e eficaz em tratamentos de longo prazo por apresentar menos efeitos colaterais.

O CBD tem efeitos colaterais?

Mais

O CBD é geralmente bem tolerado, com poucos efeitos adversos. No entanto, seu uso deve ser feito com orientação médica, principalmente em pessoas que já fazem uso de outros medicamentos.

O CBD tem efeito antioxidante?

Mais

Sim. O CBD atua como antioxidante, combatendo radicais livres e reduzindo o estresse oxidativo — um dos principais fatores que alimentam a inflamação crônica.

O CBD é eficaz em inflamações silenciosas?

Mais

Sim. O canabidiol pode ajudar a reduzir a inflamação de baixo grau, comum em doenças como síndrome metabólica, diabetes tipo 2, esteatose hepática e obesidade.

O uso tópico de CBD funciona para inflamações na pele?

Mais

Sim. Cremes com CBD têm mostrado bons resultados em casos de dermatite, psoríase e eczema, ajudando a reduzir coceira, vermelhidão e inflamação cutânea.

O CBD causa efeitos psicoativos?

Mais

Não. Ao contrário do THC, o CBD não tem efeitos psicoativos. Ele não causa “barato” e pode ser usado de forma segura em diferentes contextos terapêuticos.

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