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26/03/2025
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8 min de leitura
CBDCBD

Uso terapêutico do canabidiol (CBD) no tratamento da dependência química: Benefícios e evidências científicas

O canabidiol (CBD) tem se destacado como uma alternativa promissora no tratamento da dependência química, auxiliando na desintoxicação e recuperação de usuários de drogas e álcool. Estudos indicam que o CBD pode ajudar a minimizar sintomas de abstinência e prevenir recaídas, tornando-se um suporte adicional na reabilitação. Neste artigo, exploramos suas propriedades terapêuticas, efeitos no organismo e evidências científicas sobre sua eficácia no combate à dependência química.

Mão enluvada segurando um frasco de vidro transparente contendo cápsulas em tom verde-azulado, com folhas de cannabis ao fundo.
  • O canabidiol (CBD) é um composto extraído da Cannabis sativa, sem efeitos psicoativos, que interage com o sistema endocanabinoide para modular neurotransmissores como serotonina e dopamina.
  • O CBD pode auxiliar na desintoxicação e recuperação de dependentes químicos, ajudando a reduzir a compulsão por drogas, aliviar os sintomas de abstinência e equilibrar o sistema nervoso.
  • Estudos demonstram que o CBD reduz a recaída e o desejo por substâncias como crack, cocaína, álcool, opioides e nicotina, tornando-se uma alternativa promissora no tratamento da dependência química.
  • O CBD não causa dependência e não possui efeitos intoxicantes, diferentemente do THC, sendo considerado seguro para uso terapêutico, desde que sob orientação médica.
  • Pesquisas científicas indicam que o CBD melhora a adesão ao tratamento da dependência, reduzindo a ansiedade, insônia e outros efeitos que dificultam a recuperação de pacientes em reabilitação.
  • O CBD tem propriedades neuroprotetoras, ajudando a reparar danos cerebrais causados pelo uso prolongado de drogas e reduzindo inflamações que afetam o sistema nervoso.
  • No Brasil, o uso do CBD é regulamentado pela Anvisa, exigindo prescrição médica para sua aquisição e utilização no tratamento da dependência química.
  • O CBD pode ser usado como complemento ao tratamento convencional, mas não substitui medicamentos ou terapias já estabelecidas, sendo necessário acompanhamento profissional para um tratamento eficaz.

A desintoxicação é um passo essencial no tratamento da dependência química, pois permite que o organismo elimine substâncias tóxicas acumuladas pelo uso contínuo de drogas ou álcool.

O canabidiol (CBD), um dos principais compostos da Cannabis sativa, tem ganhado destaque como uma alternativa promissora no auxílio à desintoxicação e recuperação de dependentes químicos. Diferente do THC, o CBD não possui efeitos psicoativos e interage com o sistema endocanabinoide de forma a modular neurotransmissores ligados à ansiedade, compulsão e estresse, fatores-chave na manutenção do vício.

Essa abordagem amplia as possibilidades de reabilitação para pessoas em processo de recuperação, oferecendo um suporte adicional no combate à dependência química. Para compreender melhor esse processo, é fundamental entender o que é o CBD.

O que é o CBD?

O canabidiol (CBD) é um composto químico encontrado na planta Cannabis sativa. Ele pertence a um grupo de mais de 80 canabinoides identificados nessa espécie e se destaca como o segundo mais abundante, ficando atrás apenas do tetraidrocanabinol (THC).

Diferentemente do THC, principal responsável pelos efeitos psicoativos da Cannabis, o CBD não altera a percepção, não causa dependência e não gera efeitos intoxicantes, sendo considerado uma alternativa segura para diversas aplicações terapêuticas.

Quais são as principais propriedades terapêuticas do canabidiol (CBD) e como ele pode ser utilizado na medicina?

O canabidiol (CBD) possui diversas propriedades terapêuticas que vêm sendo estudadas e aplicadas no tratamento de várias condições médicas. Entre as principais propriedades do CBD, destacam-se:

1. Ansiolítica (redução da ansiedade)

O CBD interage com os receptores do sistema nervoso central, modulando a liberação de neurotransmissores como a serotonina, promovendo um efeito calmante que pode auxiliar no tratamento da ansiedade generalizada, transtorno do pânico e estresse pós-traumático.

2. Analgésica e anti-inflamatória

O CBD possui propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, reduzindo dores crônicas associadas a doenças como artrite, fibromialgia e esclerose múltipla. Ele atua inibindo a liberação de substâncias pró-inflamatórias, ajudando a aliviar o desconforto sem os efeitos colaterais comuns de opioides e anti-inflamatórios tradicionais.

3. Neuroprotetora e anticonvulsivante

Estudos indicam que o CBD pode proteger as células nervosas contra danos e degeneração, sendo utilizado no tratamento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Além disso, é amplamente reconhecido por seu efeito anticonvulsivante, sendo aprovado para o tratamento de epilepsia refratária, como na síndrome de Dravet e síndrome de Lennox-Gastaut.

4. Reguladora do sono

O CBD pode auxiliar no tratamento da insônia e distúrbios do sono, promovendo um estado de relaxamento e ajudando a regular os ciclos naturais de sono, sem os efeitos sedativos intensos de outros medicamentos.

5. Antipsicótica

Pesquisas sugerem que o CBD possui propriedades antipsicóticas, podendo ser útil no tratamento de transtornos psiquiátricos, como a esquizofrenia, ao modular a atividade da dopamina e reduzir sintomas como alucinações e paranoia.

6. Redução da Compulsão e do Comportamento Aditivo

O CBD tem demonstrado potencial no tratamento da dependência química, ajudando a reduzir o desejo por substâncias como nicotina, álcool e cocaína, além de aliviar sintomas de abstinência.

7. Imunomoduladora

Estudos apontam que o CBD pode regular o sistema imunológico, auxiliando no controle de doenças autoimunes, como esclerose múltipla e lúpus, ao reduzir inflamações excessivas e equilibrar a resposta imunológica.

8. Antioxidante e protetora da pele

O CBD possui propriedades antioxidantes, ajudando a combater os radicais livres e protegendo as células contra o envelhecimento precoce. Além disso, é utilizado em cosméticos para tratar acne, psoríase e dermatites, devido ao seu efeito anti-inflamatório e regulador da produção de sebo.

Por que os efeitos colaterais dos psicotrópicos tradicionais são mais intensos em pessoas com dependência química?

Psicotrópicos são substâncias que atuam no sistema nervoso central, alterando funções cerebrais como percepção, humor, consciência e comportamento. Eles podem ser classificados em diferentes categorias, como antidepressivos, ansiolíticos, estimulantes e alucinógenos, sendo usados tanto para fins medicinais, no tratamento de transtornos psiquiátricos, quanto de forma recreativa. Alguns exemplos incluem benzodiazepínicos, anfetaminas e opioides.

Os efeitos colaterais dos psicotrópicos tradicionais tendem a ser mais intensos em pessoas com dependência química devido a diversos fatores que afetam a forma como o organismo processa e responde aos medicamentos. Entre as principais razões estão:

  1. Danos ao Sistema Nervoso Central (SNC) – O uso prolongado de substâncias químicas pode causar alterações na estrutura e no funcionamento do cérebro, tornando-o mais sensível aos efeitos colaterais de psicotrópicos, como tontura, baixa concentração e problemas de memória.
  2. Metabolismo Comprometido – O fígado e os rins, responsáveis pela metabolização e eliminação de medicamentos, podem estar sobrecarregados ou danificados pelo uso contínuo de drogas, dificultando a eliminação dos fármacos e aumentando sua toxicidade no organismo.
  3. Interação com Substâncias Preexistentes – Muitos dependentes químicos ainda têm resíduos das drogas no organismo durante o início do tratamento, o que pode gerar interações medicamentosas inesperadas e intensificar os efeitos adversos.
  4. Deficiências Nutricionais e Fisiológicas – A desnutrição, comum em dependentes químicos, pode afetar a absorção e distribuição dos medicamentos no corpo, tornando os efeitos colaterais mais imprevisíveis e severos.
  5. Uso Combinado de Medicamentos – No tratamento da dependência química, frequentemente são prescritos múltiplos psicotrópicos (antidepressivos, ansiolíticos e estabilizadores de humor), aumentando o risco de interações medicamentosas e potencialização de efeitos adversos.
  6. Doses Maiores para Controle dos Sintomas – Dependentes químicos podem precisar de doses mais elevadas para controlar a ansiedade, compulsão e abstinência, o que pode intensificar os efeitos colaterais indesejados.

Em resumo, embora psicotrópicos possam causar efeitos adversos em qualquer pessoa, indivíduos com dependência química estão mais vulneráveis devido ao comprometimento do seu organismo, o que torna o acompanhamento médico essencial para ajustar a medicação de forma segura e eficaz.

Quais são as evidências científicas mais recentes que comprovam a eficácia do canabidiol (CBD) no tratamento da dependência química?

​Evidências científicas emergentes sugerem que o canabidiol (CBD) possui potencial terapêutico no tratamento da dependência química, atuando em diversos tipos de substâncias.

A seguir, destacam-se alguns estudos relevantes:​

Dependência de crack

Um estudo pioneiro conduzido por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) demonstrou que o canabidiol (CBD) pode trazer resultados promissores no tratamento da dependência ao crack, superando os medicamentos convencionais em eficácia e tolerabilidade.

A pesquisa, intitulada "Cannabidiol Compared to Pharmacological Treatment as Usual for Crack Use Disorder: A Feasibility, Preliminary Efficacy, Parallel, Double Blind, Randomized Clinical Trial", foi publicada em abril de 2024 na International Journal of Mental Health and Addiction, uma das revistas científicas de maior impacto global. Essa classificação atesta o rigor metodológico e a qualidade do estudo, que passou por criteriosa revisão por pares.

Os resultados indicaram que o CBD ajudou a reduzir significativamente a compulsão pelo uso de crack, além de melhorar o bem-estar físico e emocional dos pacientes. Em comparação com os tratamentos convencionais, os participantes que receberam o CBD relataram menos efeitos colaterais e uma melhor adesão ao tratamento.

A conclusão da pesquisa sugere que o CBD pode ser uma alternativa viável e mais segura para o tratamento da dependência ao crack, abrindo novas perspectivas para abordagens terapêuticas mais eficazes e menos agressivas.

Dependência de cocaína

Uma pesquisa realizada na Universidade de São Paulo (USP), intitulada "Modulação da atividade encefálica pelo canabidiol em camundongos tratados com cocaína", investigou os efeitos do canabidiol (CBD) em camundongos com dependência de cocaína.

Os resultados do estudo indicaram que o CBD foi capaz de modular a atividade encefálica dos animais, reduzindo a sensibilização à droga e sugerindo um potencial terapêutico na prevenção de recaídas. Esses achados reforçam a possibilidade de o CBD atuar como um tratamento alternativo para a dependência química, ajudando a regular os circuitos cerebrais afetados pelo uso prolongado de substâncias psicoativas.

Dependência de Álcool

​Um estudo intitulado "Therapeutic prospects of cannabidiol for alcohol use disorder and alcohol-related damages on the liver and the brain" investigou os efeitos do canabidiol (CBD) no transtorno por uso de álcool e nos danos relacionados ao fígado e ao cérebro.

Este estudo demonstrou que o CBD pode reduzir o consumo de álcool, a compulsão pelo uso e a incidência de recaídas em modelos animais. Além disso, apresentou propriedades neuroprotetoras, ajudando a prevenir danos neuronais que comprometem as funções cognitivas e motoras. Esses efeitos estão associados à ação antioxidante do CBD e à sua capacidade de modular o sistema de adenosina cerebral, contribuindo para a proteção e recuperação das células nervosas.

Dependência de Opioides

Um estudo intitulado "Cannabidiol as a Potential Treatment for Anxiety and Substance Use Disorders", publicado no American Journal of Psychiatry, demonstrou que o CBD reduziu significativamente os desejos e a ansiedade em indivíduos com histórico de uso de heroína. Esses resultados sugerem que o CBD pode ser uma alternativa promissora no tratamento da dependência de opioides, ajudando a controlar os sintomas de abstinência e a prevenir recaídas.

CBD e dependência química: Uma alternativa promissora?

O CBD não é uma cura para a dependência química, mas se apresenta como um importante aliado no processo de desintoxicação e reabilitação. Estudos indicam que ele pode ajudar a controlar os sintomas de abstinência, reduzir a compulsão e promover o equilíbrio mental e físico, oferecendo uma alternativa menos agressiva em comparação aos tratamentos convencionais.

No entanto, seu uso deve ser orientado por um profissional de saúde, pois a eficácia do CBD pode variar conforme o perfil do paciente e a substância envolvida no processo de desintoxicação. Embora os estudos iniciais sejam promissores, ainda são necessárias mais pesquisas clínicas para validar sua segurança e eficácia em diferentes tipos de dependência química.

A compreensão detalhada dos mecanismos de ação do CBD e a padronização das dosagens são passos essenciais para que ele seja incorporado de forma eficaz aos protocolos terapêuticos, garantindo um tratamento seguro e acessível para aqueles que buscam a recuperação.

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Click Cannabis: Dúvidas frequentes

O que é o canabidiol (CBD) e como ele funciona no organismo?

Mais

O canabidiol (CBD) é um composto extraído da Cannabis sativa que interage com o sistema endocanabinoide, modulando neurotransmissores como serotonina e dopamina. Seu uso terapêutico está associado à redução da ansiedade, controle da compulsão e alívio dos sintomas de abstinência.

O CBD pode ajudar no tratamento da dependência química?

Mais

Sim. Estudos indicam que o CBD pode reduzir a compulsão por substâncias como álcool, nicotina e opioides, além de amenizar sintomas da abstinência, como irritabilidade e insônia. Ele também auxilia no equilíbrio neurológico, tornando-se um potencial aliado na recuperação de dependentes químicos.

O uso do CBD é seguro para dependentes químicos?

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Sim. O CBD não é psicoativo, ou seja, não causa efeitos intoxicantes nem dependência, ao contrário do THC, outro composto da Cannabis. Seu uso, no entanto, deve ser supervisionado por um profissional de saúde para ajustar a dosagem e evitar interações com outros medicamentos.

O CBD pode substituir os medicamentos convencionais no tratamento da dependência?

Mais

O CBD não substitui os medicamentos convencionais, mas pode complementar o tratamento, ajudando a reduzir os sintomas de abstinência e a compulsão. Ele pode ser utilizado em conjunto com psicoterapia e outras abordagens médicas para aumentar as chances de recuperação.

O CBD pode ser usado para tratar a ansiedade e a insônia em dependentes químicos?

Mais

Sim. O CBD tem efeito ansiolítico e regulador do sono, auxiliando no controle da ansiedade e da insônia, sintomas comuns durante a recuperação da dependência química. Seu uso pode melhorar a qualidade do sono sem os efeitos sedativos intensos de medicamentos tradicionais.

O uso do CBD para dependência química é legal no Brasil?

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Sim, mas com restrições. O uso do canabidiol (CBD) é regulamentado pela Anvisa, sendo necessário prescrição médica para aquisição e uso legal. Ele pode ser prescrito para diversas condições, incluindo transtornos psiquiátricos e dependência química.

O CBD tem efeitos colaterais?

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O CBD é geralmente bem tolerado, mas pode causar sonolência, boca seca, variações no apetite e interações medicamentosas em alguns casos. Dependentes químicos podem ser mais sensíveis a esses efeitos, por isso é essencial o acompanhamento médico.

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