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20/03/2025
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10 min de leitura
CBDCBD

CBD (Canabidiol): Como definir a dose certa e escolher o produto ideal para seu tratamento

Uma mão segurando um frasco de vidro âmbar enquanto um conta-gotas libera uma gota de óleo de CBD dentro do recipiente. Ao fundo, há uma planta de cannabis com folhas verdes levemente desfocada
  • O CBD precisa de ajuste individualizado porque cada organismo metaboliza a substância de maneira diferente, variando a dose conforme peso, condição clínica e sensibilidade.
  • Protocolos oficiais só existem para epilepsias refratárias em crianças e adolescentes, começando em 2,5 mg/kg/dia até 25 mg/kg/dia, reforçando o conceito de ajuste gradual.
  • Para outras condições, não há dose universal; recomenda-se a estratégia “start low, go slow”, aumentando lentamente até obter alívio dos sintomas sem efeitos indesejados.
  • O CBD pode interagir com outras medicações, pois inibe ou estimula enzimas hepáticas, o que exige acompanhamento profissional para evitar complicações.
  • Escolher o tipo de extrato (isolado, broad ou full spectrum), a forma de administração e verificar a procedência e rotulagem do produto são etapas essenciais para um tratamento seguro e eficaz.

O canabidiol (CBD) tem ganhado cada vez mais visibilidade graças aos possíveis benefícios terapêuticos que oferece para diferentes condições de saúde. No entanto, definir qual produto de cannabis medicinal utilizar e estabelecer a dosagem correta não é uma tarefa simples, pois cada pessoa possui um metabolismo único, além de variáveis que influenciam diretamente na segurança e na eficácia do tratamento.

Uma dose insuficiente pode não gerar o efeito desejado, enquanto quantidades excessivas podem resultar em efeitos adversos indesejados. Por isso, compreender como dosar corretamente o CBD é fundamental para obter resultados terapêuticos satisfatórios e manter a segurança do paciente.

O que seria a dosagem terapêutica apropriada?

A dosagem terapêutica apropriada é a quantidade de CBD que traz alívio ou melhora dos sintomas pretendidos, sem causar efeitos colaterais significativos. A determinação da dose ideal é influenciada por diversos fatores individuais, tais como:

Em razão dessas variáveis, não existe uma dose padrão que funcione para todos. Esses fatores explicam porque uma mesma dose de um medicamento pode ser eficaz para uma pessoa e ineficaz para outra.

Existe uma recomendação oficial de dose?

A Anvisa não estabelece uma dose ideal universal para todos os usos do canabidiol (CBD). A posologia deve ser ajustada conforme a resposta clínica do paciente, cabendo ao profissional de saúde determinar a dosagem mais adequada com base nas necessidades individuais.

Entretanto, a Resolução CFM 2324/2022, que aprova o uso compassivo do CBD para o tratamento de epilepsias refratárias em crianças e adolescentes, define um protocolo específico de dosagem para esses casos:

A posologia do CBD deve ser ajustada conforme o objetivo terapêutico. O protocolo definido pelo CFM é específico para o tratamento da epilepsia refratária em crianças e adolescentes.

Para outras condições, como dor crônica e ansiedade, há uma diretriz única?

Atualmente, não há um protocolo oficial unificado da Anvisa ou do CFM para o uso de cannabis medicinal no tratamento de condições como dor crônica e ansiedade.

No entanto, existem protocolos sugeridos por especialistas que são amplamente utilizados na prática clínica para orientar a dosagem e administração da cannabis medicinal, especialmente no manejo da dor crônica.

Qual a estratégia recomendada por médicos e especialistas no uso terapêutico do CBD?

A abordagem mais segura e eficaz para a dosagem de CBD segue o princípio "start low, go slow" (comece com doses baixas e aumente gradualmente). Essa estratégia permite que o organismo se adapte ao canabidiol, minimizando efeitos adversos e otimizando a resposta terapêutica.

Nesse contexto, três protocolos se destacam: Rotina, Conservador e Rápido. Desenvolvidos a partir de consensos de especialistas, eles visam individualizar o tratamento e garantir maior segurança e eficácia para diferentes perfis de pacientes.

Protocolos de dosagem do CBD:

  1. Protocolo de Rotina: Recomendado para a maioria dos pacientes.
  1. Protocolo Conservador: Indicado para pacientes mais sensíveis aos canabinoides, como idosos ou aqueles com comorbidades complexas.
  1. Protocolo Rápido: Adequado para pacientes que necessitam de alívio imediato da dor ou têm experiência prévia com cannabis.

Depois de identificar a dose ideal, aquela em que ocorre alívio dos sintomas sem efeitos adversos significativos, o uso do CBD deve ser mantido de forma regular. Essa conduta ajuda a preservar a estabilidade do tratamento e a manter os benefícios terapêuticos ao longo do tempo.

O canabidiol interfere no efeito de outros medicamentos?

Sim, o canabidiol (CBD) pode interferir no efeito de outros medicamentos, pois ele é metabolizado principalmente pelo fígado, através do sistema enzimático do citocromo P450 (CYP450). Esse sistema é responsável pelo metabolismo de muitos fármacos, e o CBD pode inibir ou aumentar a atividade dessas enzimas, alterando a forma como outros medicamentos são processados no organismo.

Critérios para a escolha do produto à base de Cannabis

A escolha do produto à base de CBD deve levar em conta diversos fatores que influenciam sua eficácia e segurança. Entre os principais critérios a serem considerados, destacam-se:

1. Tipo de extrato

Os produtos de Cannabis podem conter diferentes composições de canabinoides, o que influencia seus efeitos terapêuticos:

2. Forma farmacêutica

A via de administração do produto afeta a velocidade e a intensidade dos efeitos:

3. Qualidade e certificações

Ao considerar esses critérios, torna-se mais fácil escolher um produto à base de cannabis alinhado às necessidades individuais. A consulta com um profissional de saúde especializado é fundamental para orientar essa decisão e garantir um tratamento seguro e eficaz.

Quais as formas farmacêuticas permitidas no Brasil?

De acordo com a Resolução RDC nº 327/2019 da Anvisa, os produtos à base de Cannabis são autorizados exclusivamente para administração pelas vias oral e nasal.

Além disso, é importante ressaltar que a manipulação de fórmulas magistrais que contenham derivados ou fitofármacos à base de Cannabis não é permitida no Brasil, devendo-se seguir estritamente as determinações legais no que diz respeito à fabricação e comercialização desses produtos.

Como saber se a dose está funcionando?

Uma maneira prática de avaliar se a dosagem de CBD está sendo eficaz é observar tanto a redução dos sintomas quanto a tolerância do organismo. Se houver melhora significativa na condição clínica, sem efeitos colaterais relevantes, isso sugere que a quantidade administrada pode estar apropriada.

No entanto, caso ocorram reações indesejadas — como sonolência excessiva, tontura ou desconforto digestivo — é provável que a dosagem esteja alta, exigindo redução ou ajuste gradual.

Qual o tempo de resposta esperado?

Não há um prazo exato para que o CBD comece a apresentar efeitos, pois cada organismo reage de forma diferente.

Em alguns casos, podem ser necessárias algumas semanas para que os primeiros benefícios sejam percebidos, enquanto em outros, a melhora pode ocorrer mais rapidamente.

Fatores como metabolismo, condição de saúde e consistência no uso do produto influenciam diretamente no tempo de resposta.

Uso da cannabis medicinal no Brasil

O uso de produtos à base de Cannabis no Brasil é permitido exclusivamente para fins medicinais, mediante prescrição de profissionais habilitados (médicos e, em alguns casos, dentistas), desde que a condição clínica do paciente justifique sua aplicação terapêutica.

A autorização para uso é estritamente pessoal, ou seja, o produto não pode ser compartilhado nem utilizado por terceiros. Para aquisição, seja por compra direta em farmácias ou por importação, é necessária receita médica. No caso de importação, também é exigida autorização prévia da Anvisa.

Quem pode prescrever CBD no Brasil?

A Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998, é a norma sanitária que estabelece a classificação das substâncias controladas no Brasil. Entre os produtos sujeitos a esse controle estão os derivados da Cannabis, cuja prescrição pode ser realizada por médicos de qualquer especialidade ou cirurgiões-dentistas, quando destinados ao uso odontológico.

O uso terapêutico do CBD (canabidiol) é uma alternativa promissora para diversas condições de saúde, mas a escolha do produto e da dose adequada exige uma análise individualizada de cada paciente.

Conforme visto, múltiplos fatores, como metabolismo, peso corporal, condição clínica, sensibilidade individual e possíveis interações medicamentosas, influenciam diretamente na determinação de uma dosagem eficaz e segura.

Atualmente, não existe um protocolo de dose universalmente estabelecido pela Anvisa ou pelo CFM para todas as finalidades; o que se tem são orientações específicas, como no tratamento de epilepsias refratárias em crianças e adolescentes, e protocolos amplamente utilizados na prática clínica que seguem o princípio de começar com doses baixas e aumentar gradualmente .

Importante reforçar que exemplos de diretrizes de dose em pesquisas não substituem orientação médica. A consulta a um profissional de saúde habilitado é fundamental para avaliar os riscos, benefícios e possíveis interações do canabidiol com outros medicamentos, garantindo um acompanhamento adequado e eficaz.

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Click Cannabis: Dúvidas frequentes

O que é CBD e por que ele tem ganhado tanto destaque?

Mais

O CBD (canabidiol) é um composto extraído da planta Cannabis que vem sendo amplamente estudado por seus potenciais benefícios terapêuticos. Ele não provoca os efeitos psicoativos do THC e tem sido utilizado em condições como epilepsia refratária, dor crônica e ansiedade, destacando-se por seu perfil de segurança e eficácia quando a dosagem de CBD é adequada.

Como saber qual é a dosagem de CBD correta para mim?

Mais

Não existe uma dose de CBD universalmente ideal porque cada organismo reage de forma diferente. Fatores como metabolismo, peso, condições de saúde e sensibilidade individual influenciam na determinação da dose. A estratégia “start low, go slow” (comece com doses baixas e aumente gradualmente) é a mais recomendada para ajustar a posologia de forma segura e eficaz.

Por que o “start low, go slow” é importante no tratamento com cannabis medicinal?

Mais

Esse método garante que o corpo se adapte ao canabidiol, minimizando efeitos adversos e identificando a menor dose capaz de gerar resultados positivos. Ele é especialmente relevante em protocolos de rotina, conservadores e rápidos, usados por profissionais para personalizar a terapia com CBD de acordo com cada paciente.

Quais são os protocolos mais comuns na prática clínica?

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Os protocolos Rotina, Conservador e Rápido são baseados na titulação gradual de dose de CBD (e, quando necessário, THC). Enquanto o protocolo Rotina costuma começar com 5 mg de CBD duas vezes ao dia, o Conservador indica 5 mg ao dia para pessoas mais sensíveis. Já o protocolo Rápido envolve doses iniciais mais altas para quem necessita de alívio imediato da dor ou já tem experiência com produtos de cannabis medicinal.

A Anvisa estabeleceu alguma dose ideal de canabidiol?

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A Anvisa não define um protocolo unificado para todas as aplicações terapêuticas do CBD. Há, porém, diretrizes específicas para epilepsia refratária em crianças e adolescentes, conforme a Resolução CFM 2324/2022, que recomenda iniciar com 2,5 mg/kg/dia e ajustar gradualmente até 25 mg/kg/dia ou até se atingir o controle dos sintomas. Em outras condições, cabe ao médico definir a dose mais adequada caso a caso.

Quais cuidados devo ter ao usar CBD junto a outros medicamentos?

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O canabidiol pode interferir na metabolização de outros fármacos, pois é processado pelo fígado por meio das enzimas do citocromo P450. Essa interação medicamentosa pode alterar a eficácia ou a eliminação de alguns remédios. Por isso, sempre consulte um profissional de saúde antes de iniciar o tratamento com cannabis medicinal caso você utilize outras medicações.

Que tipo de produto de cannabis devo escolher: isolado, broad spectrum ou full spectrum?

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A escolha depende dos objetivos terapêuticos e da sensibilidade individual ao THC e a outros canabinoides.

  • CBD isolado: sem THC ou compostos adicionais; geralmente indicado para quem deseja evitar qualquer traço de psicoatividade ou tem maior sensibilidade.
  • Broad spectrum: contém vários canabinoides (exceto THC), possibilitando efeito comitiva sem efeitos psicoativos. Full spectrum: inclui canabinoides, terpenos e pequenas quantidades de THC (até 0,2% no Brasil), oferecendo um potencial terapêutico mais amplo em casos de dor crônica e distúrbios neurológicos.

Em quanto tempo o CBD começa a fazer efeito?

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O tempo de resposta varia, podendo levar dias ou semanas para que o organismo apresente resultados perceptíveis. Fatores como dose inicial, forma de administração (óleo sublingual, cápsulas, inalação), condição de saúde e regularidade do uso influenciam diretamente na rapidez com que surgem os efeitos benéficos do CBD.

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