- A hérnia de disco ocorre quando o núcleo gelatinoso do disco intervertebral se desloca, rompendo a camada externa e comprimindo as raízes nervosas. Essa compressão pode gerar dor intensa, formigamento, fraqueza muscular e limitação funcional, principalmente nas regiões lombar e cervical.
- As terapias convencionais — como medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, fisioterapia e infiltrações — são as primeiras abordagens indicadas. No entanto, muitos pacientes relatam efeitos colaterais, resposta limitada e recorrência da dor após o uso prolongado, especialmente dos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).
- O uso contínuo de AINEs pode causar efeitos adversos significativos, como gastrite, úlceras, danos renais, aumento da pressão arterial e maior risco cardiovascular. Isso se torna ainda mais preocupante para pacientes idosos ou com comorbidades.
- A cannabis medicinal, principalmente através do CBD e do THC, vem sendo estudada por seus efeitos anti-inflamatórios e analgésicos. Seu uso é considerado promissor no tratamento da dor crônica, com um perfil de segurança mais favorável em comparação aos medicamentos tradicionais.
A dor crônica é uma das queixas mais recorrentes entre pacientes com hérnia de disco, condição em que o disco intervertebral se desloca e comprime raízes nervosas, causando dor intensa, formigamento e limitação funcional.
Além da hérnia de disco, outras condições como neuropatia diabética, lesões na medula espinhal e esclerose múltipla também podem gerar dores persistentes de origem neurológica, conhecidas como dores neuropáticas — um tipo de dor difícil de tratar com medicamentos convencionais.
Diante da dificuldade de controle desses sintomas por meio das terapias convencionais, cresce o interesse por abordagens terapêuticas complementares — entre elas, a cannabis medicinal.
Mas, afinal, o que é hérnia de disco e por que ela causa tanta dor?
A hérnia de disco é uma condição que afeta os discos intervertebrais — estruturas localizadas entre as vértebras da coluna, que funcionam como amortecedores naturais, oferecendo flexibilidade e sustentação à coluna vertebral.
Cada disco é formado por duas partes: um núcleo gelatinoso (núcleo pulposo) e uma camada externa mais firme (anel fibroso). A hérnia ocorre quando o núcleo gelatinoso escapa, parcial ou totalmente, por uma fissura no anel fibroso, comprimindo nervos próximos.
Essa compressão pode causar sintomas como:
- Dor intensa na região afetada (geralmente lombar ou cervical)
- Formigamento ou dormência nos braços ou pernas
- Fraqueza muscular
- Dificuldade para se movimentar ou permanecer muito tempo na mesma posição
A gravidade dos sintomas depende da localização da hérnia e do grau de compressão nervosa.
Quais são os tratamentos convencionais para hérnia de disco?
Os tratamentos convencionais para hérnia de disco variam de acordo com a intensidade dos sintomas e a resposta individual de cada paciente. Em grande parte dos casos, opta-se inicialmente por abordagens conservadoras (não cirúrgicas), com o objetivo de aliviar a dor, reduzir a inflamação e melhorar a mobilidade. Veja a seguir as principais estratégias:
1. Medicamentos
- Analgésicos: Utilizados para alívio da dor leve a moderada.
- Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): Como ibuprofeno e diclofenaco, ajudam a reduzir a inflamação e a dor.
- Relaxantes musculares: Atuam nos espasmos musculares causados pela irritação nervosa.
- Corticosteroides (orais ou injetáveis): Indicados em crises agudas para controlar inflamações mais severas.
- Antidepressivos tricíclicos e anticonvulsivantes: Utilizados em casos de dor neuropática, como queimação, formigamento e dormência.
2. Fisioterapia
- Exercícios terapêuticos: Fortalecimento da musculatura paravertebral e abdominal, que sustenta a coluna.
- Alongamentos específicos: Para aliviar a tensão e reduzir a compressão sobre os nervos.
- Correção postural: Essencial para prevenir a piora da condição.
- Terapias com aparelhos: Como o TENS (estimulação elétrica transcutânea) para alívio da dor.
3. Terapias complementares
- Calor e frio local: Para alívio temporário da dor e da rigidez.
- Acupuntura: Pode ser eficaz no controle da dor crônica.
- Massoterapia: Quando indicada por profissionais, auxilia na redução da tensão muscular.
- Osteopatia ou quiropraxia: Podem ser benéficas, desde que realizadas com cautela e por especialistas qualificados.
4. Bloqueios e infiltrações
- Injeções de corticoides com anestésicos locais: Aplicadas diretamente na região afetada (bloqueios peridurais ou facetários), proporcionam alívio rápido e localizado em casos mais intensos de inflamação e dor.
5. Repouso relativo e cuidados posturais
- Evitar esforços, adotar posturas adequadas ao sentar, deitar ou carregar peso e manter movimentos conscientes ajudam a evitar o agravamento do quadro e favorecem a recuperação.
Limitações dos tratamentos tradicionais
Apesar de amplamente utilizados e, em muitos casos, eficazes no alívio dos sintomas da hérnia de disco, os tratamentos convencionais nem sempre oferecem uma solução satisfatória a longo prazo.
Muitos pacientes relatam recidiva da dor, pouca resposta ao uso de medicamentos ou desconfortos decorrentes dos próprios efeitos colaterais do tratamento.
Entre os principais pontos de atenção está o uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno, diclofenaco e naproxeno.
Além disso, abordagens como bloqueios, infiltrações ou o uso de corticoides, apesar de trazerem alívio imediato, nem sempre têm efeito duradouro e podem se tornar menos eficazes com o tempo.
Quais os riscos do uso prolongado de anti-inflamatórios no tratamento da hérnia de disco?
O uso prolongado ou em altas doses desses medicamentos, especialmente sem acompanhamento médico, pode trazer uma série de efeitos colaterais.
Entre os principais riscos estão:
- Problemas gastrointestinais, como gastrite, úlceras e sangramentos;
- Complicações renais, incluindo redução da função dos rins e retenção de líquidos;
- Aumento da pressão arterial e maior risco cardiovascular, como infarto e AVC;
- Interações medicamentosas com outros fármacos de uso contínuo, como anticoagulantes e diuréticos.
Esses efeitos tornam-se ainda mais preocupantes em pacientes idosos ou com doenças crônicas, que são justamente os mais afetados por quadros de dor persistente como os provocados pela hérnia de disco.
Diante dessas limitações dos tratamentos convencionais, a cannabis medicinal — em especial o canabidiol (CBD) — tem se destacado como uma alternativa terapêutica promissora. Sua ação anti-inflamatória e analgésica, aliada a um perfil de segurança mais favorável, pode oferecer alívio dos sintomas com menor risco de efeitos adversos sistêmicos.
O que é cannabis medicinal?
Cannabis medicinal refere-se ao uso terapêutico da planta Cannabis sativa — ou de seus compostos ativos, como o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC) — no tratamento de sintomas e condições específicas de saúde. Seu uso deve ser sempre orientado por profissionais habilitados, com prescrição adequada e acompanhamento médico.
Os compostos ativos da planta, chamados canabinoides, atuam no sistema endocanabinoide do corpo humano — um sistema de regulação natural envolvido em funções essenciais como dor, sono, humor, apetite, memória e resposta imunológica.
Entre os canabinoides mais conhecidos e estudados estão:
- Canabidiol (CBD): Não psicoativo, com potencial terapêutico em condições como epilepsia, ansiedade, dor crônica e inflamações.
- Tetraidrocanabinol (THC): Psicoativo, utilizado com cautela em casos de dor severa, náuseas, perda de apetite e espasticidade muscular.
A cannabis medicinal não se resume apenas a esses dois compostos — a planta possui dezenas de outros canabinoides que também vêm sendo estudados por seus possíveis efeitos terapêuticos.
Como a cannabis medicinal atua no organismo?
A ação terapêutica da cannabis ocorre, principalmente, por meio do sistema endocanabinoide — um sistema natural do corpo humano responsável por regular diversas funções essenciais para o equilíbrio do organismo (homeostase).
Esse sistema é composto por receptores celulares, especialmente os chamados CB1 e CB2, e por substâncias produzidas pelo próprio corpo, conhecidas como endocanabinoides.
Quando os compostos da cannabis, como o CBD e o THC, são administrados, eles agem de forma semelhante aos endocanabinoides naturais, ligando-se aos receptores CB1 e CB2, que estão distribuídos por várias partes do corpo, incluindo o cérebro, o sistema nervoso periférico e o sistema imunológico.
Essa interação pode influenciar diretamente diversos processos fisiológicos, como:
- Regulação do humor
- Percepção da dor
- Controle de inflamações
- Coordenação motora
- Qualidade do sono
Como a cannabis medicinal pode ajudar no tratamento da hérnia de disco?
A cannabis medicinal pode ser uma aliada no manejo dos sintomas da hérnia de disco, especialmente na redução da dor crônica, da inflamação e do desconforto muscular — aspectos comuns desta condição.
Os principais compostos da planta, como o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC), atuam sobre o sistema endocanabinoide do corpo, que regula funções como a percepção da dor, a resposta inflamatória e o controle do sono.
- CBD: Tem ação anti-inflamatória e analgésica sem causar efeitos psicoativos. Pode ajudar a aliviar a dor e a tensão muscular associadas à compressão dos nervos.
- THC: Pode ser utilizado em doses controladas para potencializar o efeito analgésico, especialmente em casos de dor intensa e dificuldade para dormir devido ao incômodo físico.
Além disso, a cannabis pode melhorar a qualidade do sono e reduzir a ansiedade relacionada à dor persistente, contribuindo para o bem-estar geral do paciente.
Considerações finais
A hérnia de disco é uma condição desafiadora, que pode comprometer significativamente a qualidade de vida. Embora os tratamentos convencionais sejam amplamente utilizados, seus efeitos colaterais e limitações têm incentivado a busca por terapias complementares mais seguras.
A cannabis medicinal surge como uma alternativa promissora, capaz de aliviar a dor, reduzir a inflamação e contribuir para o bem-estar geral do paciente, desde que usada com responsabilidade e sob orientação profissional.

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O que é hérnia de disco e por que ela causa tanta dor?
A hérnia de disco ocorre quando o disco intervertebral se desloca e comprime raízes nervosas próximas, provocando dor intensa, formigamento, fraqueza muscular e limitação de movimentos. A dor é resultado direto da compressão dos nervos espinhais.
Quais os sintomas mais comuns da hérnia de disco?
Os principais sintomas são dor lombar ou cervical, dormência nos membros, fraqueza muscular, formigamento e dificuldade de movimentação ou permanência em certas posições. A intensidade varia conforme o grau de compressão nervosa.
Quais os tratamentos convencionais para hérnia de disco?
Os tratamentos tradicionais incluem medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, além de fisioterapia, terapias complementares (como acupuntura e massagem), bloqueios com corticoides e orientações posturais.
Quais são os riscos do uso prolongado de anti-inflamatórios?
O uso contínuo de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) pode causar gastrite, úlceras, sangramentos, problemas renais, aumento da pressão arterial e riscos cardiovasculares, principalmente em idosos ou pacientes com doenças crônicas.
O que é cannabis medicinal?
Cannabis medicinal refere-se ao uso terapêutico dos compostos da planta Cannabis sativa, como o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC), sob orientação médica, para tratar condições como dor crônica, ansiedade, inflamações e distúrbios neurológicos.
Como o CBD e o THC atuam no tratamento da hérnia de disco?
O CBD tem ação anti-inflamatória e analgésica sem causar efeitos psicoativos. O THC, em doses controladas, pode potencializar o alívio da dor e melhorar a qualidade do sono. Ambos interagem com o sistema endocanabinoide do organismo, modulando a dor e a inflamação.
A cannabis medicinal é segura no tratamento da dor crônica?
Sim, quando usada corretamente e sob prescrição médica, a cannabis medicinal apresenta um bom perfil de segurança, com menos efeitos colaterais do que muitos medicamentos convencionais, especialmente para uso prolongado.
A cannabis substitui os tratamentos convencionais da hérnia de disco?
Não necessariamente. A cannabis medicinal é considerada uma terapia complementar. Em muitos casos, ela é utilizada em conjunto com outras abordagens para melhorar os resultados e oferecer mais conforto ao paciente.
Quem pode prescrever cannabis medicinal?
A prescrição de cannabis medicinal deve ser feita por um profissional de saúde habilitado e capacitado, com acompanhamento contínuo para ajustar a dose e avaliar a eficácia do tratamento.