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19/04/2025
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Cannabis Medicinal: Vias de uso e seus efeitos no organismo

O uso medicinal da Cannabis sativa, especialmente do canabidiol (CBD), tem ganhado destaque por sua versatilidade terapêutica e variedade de formas de administração. Cada via de uso influencia diretamente na absorção, intensidade e duração dos efeitos no organismo, sendo possível personalizar o tratamento conforme o perfil clínico e as necessidades de cada paciente. Este artigo explora as principais formas de administração do CBD, além de discutir aspectos regulatórios no Brasil e a importância da individualização do tratamento para garantir eficácia e segurança.

Mulher aplicando óleo de canabidiol (CBD) sob a língua de uma criança com o uso de um conta-gotas.
  • O canabidiol pode ser administrado de diversas formas, como óleo sublingual, cápsulas, cremes, vaporizadores e comestíveis — cada uma com efeitos, duração e velocidade de ação diferentes. A escolha da via depende das necessidades clínicas, estilo de vida e resposta individual do paciente.
  • No Brasil, atualmente só são permitidas as vias oral e nasal, mas a Anvisa avalia ampliar essas possibilidades. A forma de uso também impacta na biodisponibilidade: vias como a oral passam pelo fígado, reduzindo a eficácia, enquanto vias como a sublingual e a inalatória têm ação mais rápida.
  • A individualização do tratamento é essencial, considerando fatores como idade, tipo de sintoma, comorbidades e rotina. A orientação médica é indispensável para garantir segurança e melhores resultados.

O canabidiol (CBD), um dos principais compostos da planta Cannabis sativa, pode ser administrado por diferentes vias, o que proporciona maior flexibilidade na escolha do método mais adequado para cada paciente. Essa variedade permite adaptar o tratamento conforme as necessidades clínicas, a rotina e a resposta individual ao composto.

A forma de uso influencia diretamente a velocidade de absorção, a duração dos efeitos e a intensidade da ação terapêutica no organismo.

A seguir, apresentamos as principais formas de uso do CBD disponíveis no mercado, com suas características, benefícios e possíveis indicações clínicas.

Quais são as formas mais comuns de administração?

1. Óleo sublingual É uma das apresentações mais populares. Aplicado sob a língua, o óleo é absorvido pela mucosa bucal, permitindo que o CBD entre rapidamente na corrente sanguínea. Os efeitos costumam surgir entre 15 e 45 minutos após a administração, sendo uma ótima opção para quem busca uma resposta rápida e controlada.

2. Cápsulas As cápsulas oferecem doses padronizadas e são de fácil ingestão — ideais para pacientes que preferem discrição e praticidade. Como o CBD é absorvido pelo sistema digestivo, os efeitos demoram mais para aparecer, mas tendem a durar por mais tempo, sendo excelente para quem necessita de ação prolongada ao longo do dia.

3. Cremes e pomadas (uso tópico) Aplicadas diretamente sobre a pele, essas formulações são indicadas para dores musculares, inflamações localizadas e condições dermatológicas. A absorção ocorre de forma local, com pouco ou nenhum impacto sistêmico, o que reduz a chance de efeitos adversos em outras partes do corpo.

4. Vaporizadores (inalação) Ao ser inalado por vaporizadores, o CBD é absorvido rapidamente pelos pulmões, promovendo efeitos quase imediatos — geralmente em poucos minutos. Essa via é indicada para crises agudas ou necessidades de alívio rápido, embora os efeitos sejam de curta duração.

5. Comestíveis (gomas) Muito comuns em países com regulamentações mais amplas, os comestíveis oferecem uma forma saborosa e agradável de consumir o CBD. A absorção é lenta, devido ao processo digestivo, mas os efeitos costumam ser mais duradouros.

Quais são as vias de administração permitidas no Brasil?

Atualmente, no Brasil, os produtos de cannabis para uso medicinal são autorizados pela Anvisa para administração exclusivamente pelas vias oral e nasal, conforme estabelecido pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 327/2019.​

No entanto, a Anvisa iniciou uma consulta pública (CP nº 1.316/2025) visando atualizar essa regulamentação. A proposta inclui a ampliação das vias de administração permitidas para produtos de cannabis medicinal, adicionando as vias bucal, sublingual, inalatória e dermatológica .​

Portanto, até que a nova regulamentação seja oficialmente aprovada e publicada, apenas as vias oral e nasal são legalmente permitidas para a administração de produtos de cannabis medicinal no país

Metabolismo e biodisponibilidade da Cannabis sativa

A forma como os compostos da Cannabis sativa, especialmente o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC), são metabolizados pelo organismo influencia diretamente sua eficácia terapêutica.

Quando administrados por via oral — como cápsulas ou comestíveis — ambos os compostos passam pelo trato gastrointestinal e são metabolizados pelo fígado, em um processo conhecido como efeito de primeira passagem hepática.

Esse metabolismo reduz a biodisponibilidade, ou seja, a fração da substância que realmente atinge a corrente sanguínea em sua forma ativa. No caso do THC, essa metabolização leva à formação do composto 11-hidroxi-THC, que é ainda mais potente em termos psicoativos que o THC original, podendo intensificar os efeitos quando ingerido.

Já nas vias sublingual e inalatória, tanto o CBD quanto o THC evitam esse percurso hepático inicial. O THC inalado, por exemplo, entra diretamente na corrente sanguínea pelos pulmões, promovendo efeitos quase imediatos e com duração mais curta. Por isso, essa via é frequentemente usada para controle de sintomas agudos, como náuseas intensas ou dores.

Individualização do tratamento

A escolha da via de administração da Cannabis sativa influencia não apenas a velocidade de ação e a intensidade dos efeitos, mas também os metabólitos formados e o perfil de segurança do tratamento. Por isso, essa decisão deve ser cuidadosamente ajustada às necessidades clínicas, ao estilo de vida do paciente e aos objetivos terapêuticos.

Cada perfil de paciente pode demandar uma abordagem diferente:

Além disso, fatores como comorbidades, interações medicamentosas, rotina diária e histórico clínico devem ser avaliados por um profissional habilitado, garantindo que o plano terapêutico seja seguro, eficaz e adaptado às particularidades de cada paciente.

Considerações finais

A variedade de formas de administração do canabidiol permite que o tratamento seja adaptado a diferentes realidades e necessidades, tornando-o mais eficaz, seguro e acessível. A escolha da via ideal deve ser feita com orientação médica, levando em conta a condição clínica do paciente, os efeitos desejados e a praticidade no uso diário.

Quando utilizado de forma consciente e personalizada, o CBD amplia significativamente suas possibilidades terapêuticas e contribui para uma melhor qualidade de vida, respeitando as particularidades de cada indivíduo.

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Click Cannabis: Dúvidas frequentes

Quais são as principais formas de uso do canabidiol (CBD)?

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As principais vias de administração do CBD incluem o óleo sublingual, cápsulas, cremes ou pomadas tópicas, vaporizadores (inalação) e comestíveis. Cada forma possui características específicas que influenciam a absorção, a intensidade e a duração dos efeitos terapêuticos.

Qual é a melhor forma de uso do CBD?

Mais

Não existe uma via “melhor” universalmente. A escolha depende das necessidades clínicas, da rotina e da resposta individual do paciente. Por exemplo, o óleo sublingual proporciona ação rápida, enquanto as cápsulas oferecem efeitos mais duradouros.

O CBD inalado faz efeito mais rápido?

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Sim. Quando inalado por meio de vaporizadores, o CBD é absorvido rapidamente pelos pulmões, promovendo efeitos quase imediatos. Essa via é indicada para crises agudas que exigem alívio rápido.

O que muda quando o CBD é ingerido?

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Quando administrado por via oral, o CBD passa pelo fígado e sofre o chamado “efeito de primeira passagem hepática”, o que pode reduzir sua biodisponibilidade. Apesar disso, os efeitos são mais duradouros, tornando essa via útil para tratamentos contínuos.

Quais vias de uso do CBD são permitidas no Brasil?

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Atualmente, a Anvisa permite apenas as vias oral e nasal para produtos à base de cannabis medicinal. No entanto, está em andamento uma consulta pública para incluir as vias sublingual, bucal, inalatória e tópica.

O uso tópico de cannabis tem efeito sistêmico?

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Não. Cremes e pomadas com CBD atuam de forma localizada, sendo eficazes para dores musculares, inflamações e doenças de pele, com mínima absorção sistêmica e baixo risco de efeitos adversos em outras partes do corpo.

Como escolher a via de administração ideal do CBD?

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A escolha deve ser feita com orientação médica, considerando fatores como idade, tipo de sintoma, doenças associadas, rotina diária e preferências do paciente. O tratamento com cannabis medicinal é altamente individualizado.

Qual é a importância da biodisponibilidade no uso do CBD?

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A biodisponibilidade determina a quantidade de CBD que realmente atinge a corrente sanguínea em sua forma ativa. Vias que evitam o fígado, como a sublingual e a inalatória, oferecem maior biodisponibilidade e efeitos mais previsíveis.

Quem pode se beneficiar do uso medicinal da cannabis?

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Pacientes com dor crônica, inflamações, epilepsia, ansiedade, doenças de pele e outras condições podem se beneficiar do tratamento com CBD, desde que haja acompanhamento profissional para garantir a eficácia e a segurança da terapia.

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